Ganhando impulso depois do meio da tarde, enquanto o dólar à vista buscava mínimas da sessão abaixo de R$ 4,89, o Ibovespa emendou a oitava alta diária nesta abertura de semana, um intervalo ganhador não visto desde o trecho entre 16 e 25 de março do ano passado, há 14 meses. No melhor momento desta segunda-feira, superou os 109 mil pontos, aos 109.270,58 pontos, no maior nível intradia desde 17 de fevereiro, então aos 109.941,46. Hoje, saiu de abertura aos 108.469,09, quase correspondente à mínima do dia (108.356,35), e fechou em alta de 0,52%, aos 109.029,12 pontos, no maior nível de encerramento, também, desde 17 de fevereiro (109.176.92).
Em dia moderadamente positivo em Nova York, o giro na B3 se mostrou contido neste começo de semana, limitado a R$ 22,5 bilhões na sessão. No mês, o Ibovespa avança 4,40%, emendando ganhos desde o dia 4, que reduzem agora as perdas do ano a 0,64%. Na ponta do índice na sessão, destaque para Eztec (+4,91%), Klabin (+4,54%), Gol (+4,07%) e Locaweb (+4,06%), com Braskem (-6,70%), BB Seguridade (-5,91%), Raízen (-4,56%) e CVC (-3,67%) no canto oposto.
No exterior, o dia foi de recuperação para os preços do petróleo, em alta acima de 1% na sessão, mas Petrobras, vindo de série positiva, teve correção em torno de 2% na sessão (ON -1,99%, PN -2,25%), o que limitou a inclinação positiva do Ibovespa, com os investidores voltando a tomar nota de sinais quanto a uma possível mudança na política de preços para os combustíveis. Hoje, em evento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, referiu-se à atual política como uma "abstração".
Entre as blue chips, destaque para retomada parcial do setor metálico nesta segunda-feira, com Vale (ON +1,44%) e CSN (ON +1,88%).
Apesar da indicação ruim para as ações da Petrobras, em geral o dia foi de ganhos bem distribuídos para as ações e os setores de peso no índice de referência da B3. Ainda no início da tarde, após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o relator do novo arcabouço fiscal, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), confirmou que o texto terá previsão de acionamento de gatilhos para que a meta primária seja perseguida pelo gestor.
Mecanismos de 'enforcement' eram um dos pontos defendidos pelo mercado financeiro como essenciais a que o arcabouço fiscal seja crível, reduzindo as preocupações quanto à evolução das contas públicas em relação ao crescimento econômico - ou seja, a relação dívida/PIB. Mais para o fim da tarde, o Broadcast confirmou relatos da imprensa, de mais cedo, que apontavam que o presidente Lula deu aval à inclusão de gatilhos no texto do arcabouço se as políticas de valorização do salário mínimo e do Bolsa Família ficarem de fora da regra.